segunda-feira, 28 de junho de 2010

Pagu - Parte II - Homenagens

Coco de Pagu
Raul Bopp

Pagu tem os olhos moles
uns olhos de fazer doer.
Bate-côco quando passa.
Coração pega a bater.


Eh Pagu eh!
Dói porque é bom de fazer doer.


Passa e me puxa com os olhos
provocantissimamente.
Mexe-mexe bamboleia
pra mexer com toda a gente.


Eli Pagu eh!
Dói porque é bom de fazer doer.


Toda a gente fica olhando
o seu corpinho de vai-e-vem
umbilical e molengo
de não-sei-o-que-é-que-tem.


Eh Pagu eh!
Dói porque é bom de fazer doer.


Quero porque te quero
Nas formas do bem-querer.
Querzinho de ficar junto
que é bom de fazer doer.


Eh Pagu eh!
Dói porque é bom de fazer doer.

Fonte:

http://www.revista.agulha.nom.br/rb.html#coco

Pagu... A Musa ex-interiorana
José Silveira

 izer que a obra dela é apócrifa,
Certamente, quem disser um louco é,
Coragem em um ser, maior não havia,
Ainda mais, no corpo tenro de uma mulher.

Musa brasileira, escandalosa e libertária,
Fenômeno, livre, sem atavismos, e independente,
A história está aí, e bem escrita,
Dos seus feitos, em variadas vertentes.

Uma modernista pro seu tempo,
Cuja voz doce ecoou forte, na rua,
Despojada, vestindo-se quase que nua,
Outros fatos a fez romper com a família.

Pós-menina e já era de vanguarda,
Pagú, pintou, fumou e abusou da lua,
Nada tinha de mulher interiorana,
Seus manifestos tinha-os sob sua guarda.

Por amor casou-se, e de igual amor gerou,
Pariu primeiro Rudá, qual o mito “o deus do amor”,
O mesmo amor com que o amou, ela amava,
A própria vida, e a liberdade do seu povo.

Engajou-se ao movimento antropofágico, de comer,
“no caráter metafórico da palavra”, não gente,
De não negar, mas não imitar culturas externas,
Dos ameríndios, euros e dos afros descendentes.

Mas, seu “Modus vivendi” incomodava,
Muito mais suas palavras às estruturas,
Sua escrita criticou todo o seu tempo,
Consuetudinário, de prisões e de torturas.

Aos cinqüenta e dois ano ela partiu,
Para viajem definitiva e derradeira
Ficou o mito, nunca será esquecida,
Pagú, a grande musa brasileira

Fonte:
http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=36192

Pagu

Rita Lee

Composição: Rita Lee e Zélia Duncan
Mexo, remexo na inquisição
Só quem já morreu na fogueira
Sabe o que é ser carvão
Uh! Uh! Uh! Uh!...
Eu sou pau prá toda obra
Deus dá asas à minha cobra
Hum! Hum! Hum! Hum!
Minha força não é bruta
Não sou freira
Nem sou puta...
Porque nem!
Toda feiticeira é corcunda
Nem!
Toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho
Que muito homem
Nem!
Toda feiticeira é corcunda
Nem!
Toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho
Que muito homem...
Ratatá! Ratatá! Ratatá!
Taratá! Taratá!...
Sou rainha do meu tanque
Sou Pagu indignada no palanque
Hanhan! Ah! Hanran!
Uh! Uh!
Fama de porra louca
Tudo bem!
Minha mãe é Maria Ninguém
Uh! Uh!...
Não sou atriz
Modelo, dançarina
Meu buraco é mais em cima
Porque nem!
Toda feiticeira é corcunda
Nem!
Toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho
Que muito homem...
Nem!
Toda feiticeira é corcunda
Nem!
Toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho
Que muito homem...(2x)
Ratatá! Ratatatá
Hiii! Ratatá
Taratá! Taratá!... 

1 comentários:

José Silveira disse...

Cara Naurelita,
sua visita direcionou-me até aqui, despertando a curiosidade neste velho virginiano, culminando no prazer dos 'mais grandes' de vir e ter a oportunidade de conhecer o seu belíssimo trabalho. Aproveito para agradecer-lhe o simpático gesto de publicar entre outras obras literárias do seu blog, o meu poema; 'Pagu...A Musa ex-interiorana'. Ao seu dispor.

Saudações Cariocas,
José Silveira


www.palavrasdepoeta.blogspot.com
www.contei-porai.blogspot.com
www.luso-poemas.net
www.escritartes.com

Postar um comentário

Participe! Deixe aqui o seu comentário e façamos uma estrada literária juntos!