domingo, 2 de dezembro de 2012

Os sinos - Manuel Bandeira



Sino de Belém, Sino da paixão...
Sino de Belém, Sino da paixão...
Sino do Bonfim!...
Sino do Bonfim!...
Sino de Belém, pelos que ainda vêm!
Sino de Belém, bate bem-bem-bem.
Sino da paixão, pelos que ainda vão!
Sino da paixão, bate bão-bão-bão.
Sino do Bonfim, por que chora assim?...
Sino de Belém, que graça ele tem!
Sino de Belém bate bem-bem-bem.
Sino da paixão.
- pela minha irmã!
Sino da paixão.
 - pela minha mãe!
Sino do Bonfim, que vai ser de mim?...
Sino de Belém, como soa bem!
 Sino de Belém bate bem-bem-bem.
Sino da paixão...
Por meu pai?...-Não! Não!
Sino da paixão bate bão-bão-bão.
Sino do Bonfim, baterás por mim?...
Sino de Belém, Sino da paixão...
Sino da paixão, pelo meu irmão...
Sino da paixão, Sino do Bonfim...
Sino do Bonfim, ai de mim, por mim!
Sino de Belém, que graça ele tem!

Versão imperdível de Manuel Bandeira para a criançada:
Os Sinos

Os Sinos

Autor : Manuel Bandeira
Ilustrador : Gonzalo Cárcamo
No poema Os sinos, Manuel Bandeira revela sua capacidade de trabalhar a sonoridade e o ritmo das palavras e transformar o significado das coisas mais simples do cotidiano em lirismo de alta qualidade literária.
Sino de Belém,/ Sino da Paixão.../ Sino de Belém,/ Sino da Paixão... (...)/ Sino da Paixão, pelos que lá vão!/ Sino da Paixão bate bão¬ bão¬ bão.(...)/ Sino de Belém, como soa bem!/ Sino de Belém bate bem¬ bem¬ bem. 
Observa¬ se na construção do poema que a repetição de palavras - sino, Paixão, Belém, bem¬ bem¬ bem, bão¬ bão¬ bão - evoca os sons das badaladas, o balançar dos sinos como uma música nostálgica e mágica.
O poema, embora com seus múltiplos significados, é acessível ao público infantil pela forma criativa com que o autor apropria¬ se dos signos linguísticos.


Saudações Literárias!!

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