Por cima do abismo estende-se minh'alma tensa como um cabo onde me equilibro, malabarista de palavras. (Maiakóvski)
sábado, 18 de fevereiro de 2012
Guimarães Rosa: Um escritor - várias existências que não cabiam no seu vasto léxico
"Falo: português, alemão, francês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, um pouco de russo; leio: sueco, holandês, latim e grego (mas com o dicionário agarrado); entendo alguns dialetos alemães; estudei a gramática: do húngaro, do árabe, do sânscrito, do lituânio, do polonês, do tupi, do hebraico, do japonês, do tcheco, do finlandês, do dinamarquês; bisbilhotei um pouco a respeito de outras. Mas tudo mal. E acho que estudar o espírito e o mecanismo de outras línguas ajuda muito à compreensão mais profunda do idioma nacional. Principalmente, porém, estudando-se por divertimento, gosto e distração."
Afirmou Guimarães Rosa a uma prima, em entrevista.
E ainda assim, com esta vastidão de possibilidades de fala e escrita, afirmou:
"Quando escrevo, repito o que já vivi antes. E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente."
Mineiro, de Cordisburgo, nascido a 27 de junho de 1908, João Guimarães Rosa foi o mais velho dos seis filhos de D. Francisca (Chiquitinha) Guimarães Rosa e de Florduardo Pinto Rosa (Seu Fulô).
Guimarães Rosa iniciu seus estudos de idiomas, com o francês, de forma autoditada, apenas aos 7 anos de idade. Mais tarde, com o auxílio do Frei Canísio Zoetmulder aprofunda seus estudos em francês e inicia-se no holandês.
Em 1929 escreve seus quatro primeiros contos, todos premiados: Caçador de camurças, Chronos Kai Anagke ,O mistério de Highmore Hall e Makiné.
Médico, inaugura a ideia intinerante, da medicina interiorana.Assim, viaja para os interiores, mergulhando na alma do sertanejo, das suas raízes, crenças e dizeres.
Em 1934, assume que não nasceu para ser médico, que o seu ofício era pensar, o que não diminue a seu ser demasiadamente humano. Prova desta concepção humanista se concretiza no período da guerra, quando ajuda judeus a fugir do nazismo. Por este feito, Rosa e sua segunda esposa, D. Aracy, são premiados em Israel em abril de 1985.
Após uma vida extremamente intensa, dedicando-se à escrita sobre os diversos perfis do povo brasileiro, assumindo diversos cargos de projeção política e social, Guimarães Rosa nos deixa em 1967, quando seria indicado para o prêmio Nobel de literatura.
Autor de uma vasta obra, a sua genialidade se econtra em cada frase, em cada personagem, em cada intensão.
BIBLIOGRAFIA:
- Magma (1936), poemas. Não chegou a publicá-los.
- Sagarana (1946), contos e novelas regionalistas. Livro de estréia.
- Com o vaqueiro Mariano (1947)
- Corpo de Baile (1956), novelas. (Atualmente publicado em três partes:
- Manuelzão e Miguilim,
- No Urubuquaquá, no Pinhém e
- Noites do sertão.)
- Grande Sertão: Veredas (1956), romance.
- Primeiras estórias (1962), contos.
- Tutaméia:Terceiras estórias (1967), contos.
- Estas estórias (1969), contos. Obra póstuma.
- Ave, palavra (1970) diversos. Obra póstuma.
Colaborações em jornais e revistas:
- Colaborou no suplemento "Letras e Artes" de A Manhã (1953-54), em O Globo (1961) e na revista Pulso (1965-66), divulgando contos e poemas.
Saiba mais sobre o autor em:
http://www.releituras.com/guimarosa_bio.asp
"Só se pode viver perto de outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tem amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura." (Guimarães Rosa)
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